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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

2ª fase UFMG

Pessoal, colocarei algumas dicas também para que irá enfrentar a UFMG no final desse mês, mas dêem uma olhada em história e geografia regional daquele lugar... se liguem aqui, abraços!!!

DICAS - UFGD

Olá.
Para o pessoal que vai prestar UFGD criei uma página específica no blog para postar dicas para o vestibulando da UFGD, com listas de exercícios e tudo mais... Confiram lá!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Resumo do livro: POEMAS RUPESTRES

1.     “1ª PARTE – CANÇÃO DO VER”
Logo de início, Manoel faz referências a um menino “que pegou um olhar de pássaro” e “contraiu visão fontana” de forma que enxergava as coisas sem distinção de nomes, como o próprio autor intitula: “Infância da Língua”.      
Manoel então se inclui no contexto e descreve o modo de vida dentro do mato (Corruptela), onde gasta versos para ressaltar como os dias demoravam a passar.

“O dia demorava de uma lesma
Por isso a gente pensava sempre que o dia de hoje ainda era ontem
A gente se acostumou de enxergar antigamentes.
Por forma que o dia era parado de poste.”

A seguir, ele descreve o comportamento dos homens, que se não ficavam na porta da Venda de Seu Mané Quinhentos Réis, iam plantar mandioca ou “fazer filhos nas patroas”.

“Todo mundo se ocupava da tarefa de ver o dia atravessar.
Por tudo isso, na Corruptela parecia nada acontecer”

Manoel se inclui no “grupo de guris”cuja tarefa principal era a de “aumentar as coisas que não aconteciam”. Logo, o autor deixa claro que aquele menino que tinha ganho um olhar de pássaro era seu colega e, por sua vez, o campeão de aumentar os ‘desacontecimentos’.
Dentre esses aumentos, o colega teria dito ver um lagarto bebendo sol no copo, a tarde latejar de andorinhas, lagarto que lambia o lado azul do silêncio, etc...      

“Ele gostava de atrelar palavras de rebanhos diferentes
Só para causar distúrbios no idioma.
(...)Mas ele mesmo, o menino
Se ignorava como as pedras se ignoram.”

Manoel então explica o título da primeira parte da obra. Para ele, a Canção do Ver seria um trabalho nobre, sem explicação, tal como costurar sem agulha e sem pano, mas era justamente essa canção de ver (arte de ver e observar) que dava pureza e santidade às palavras.
Essa 1ª parte do livro termina com uma passagem rápida sobre o que ele e seus amigos faziam de melhor: observar os pequenos acontecimentos do mato. Nesse caso, ele relata a curiosidade do grupo ao perceber uma pata de formiga procurando o resto do corpo do qual se perdera. E, por fim, Manoel faz referências a um poste “que a natureza adotara como árvore” que simbolizava toda a sua infância e a do grupo. Por sua vez, a árvore já estava velha e caiu morta no chão, deixando o ‘rebanho de guris’ com saudades deles mesmos, além de um amanhecer marcado por pássaros desabrigados. Em um trecho específico desse desfecho o poeta expressa tamanha valorização pelo nada:     
“Eu quis filmar o abandono do poste.
O seu estar parado.
O seu não ter voz.
O seu não ter sequer mãos para se pronunciar com as mãos.”

  “2ª PARTE – DESENHOS DE UMA VOZ”
A segunda parte de Poemas Rupestres constitui-se de 12 poemas onde, pouco a pouco, Manoel mais uma vez relata a simplicidade dos fatos com riquezas de detalhes e expressa, de leve, simples anseios pessoais como será demonstrado aqui através de resumos dos principais poemas, e da exposição de trechos que caracterizam o estilo de Manoel.
SE ACHANTE – Poema que trata de um caranguejo ‘arrogante’ que se achava idôneo para a flor e estava montado num coche de princesa, mas o coche quebrou e ele voltou a ser apenas um caranguejo idôneo para mangue.
EMAS – Manoel relata o medo que sua mãe tinha de emas pelo fato desses animais ‘engolirem tudo que veem pela frente’. Diferentemente, o poeta manifesta o desejo de adestrar uma ema e sair montado no animal a correr. Por fim, conclui que tinha a vontade de rachar o vento no correr, como as emas rachavam.
NA GUERRA – O poeta faz nesse poema, uma breve crítica à demora com que os recursos do Imperador chegavam ao estado quando este enfrentava a Guerra do Paraguai. Além disso, ele abusa da ironia e diz que os paraguaios levaram 15 moças e mantimentos para comer. “Acho que comeram tudo” comenta Manoel.
GARÇA – Esse breve poema reflete o encantamento poético de Manoel de Barros ao comparar a garça-ave (perfeita elegância) e a palavra-garça (beleza letral).
NO ASPRO – Manifesta o desejo do eu-lírico em ter a palavra mais pura, sem alarmes, suspensórios, colarinhos. Anseia pela palavra limpa, no seu áspero.
O LÁPIS – Nos versos desse poema, Manoel considera a natureza de Deus grande demais a ponto de desejar para si uma ‘naturezinha particular   ’ que coubesse na ‘ponta do seu lápis’. Essa naturezinha seria ideal para ele se tivesse o tamanho do quintal da sua casa, com um pé de tamarino para uso dos pássaros por onde deveria passar um rio que lhe remeteria à infância.  

ANTÔNIO CARRANCHO, OS DOIS, e TEOLOGIA DO TRASTE são os mais importantes dessa 2ª parte do livro, por isso, seguem as xerox de ambos poemas.


  “3ª PARTE – CARNAVAL”
Depois de narrar um pouco de como vivera a infância, seus maiores anseios, travessuras, brincadeiras, Manoel abre a terceira e última parte de seu livro com um poema com o título de ENUNCIADO segue-lo:
“Agora não posso mais priscar na areia quente
que nem os lambaris que escaparam do anzol.
Não posso mais correr nas chuvas na moda que os bezerros correm.
Não posso mais dar saltos-mortais nos ventos.
Agora
Eu passo as minhas horas a brincar com as palavras.
Brinco de carnaval.
Hoje amarrei no rosto das palavras minha máscara.
Faço o que posso.”
Esse poema traduz bem a nova fase de Manoel a ser transposta nessa terceira parte: nostálgico, melancólico, e valorizando ainda as coisas mais desprezadas.
São 10 poemas, destes, já analisamos o primeiro chamado ENUNCIADO, a seguir está a análise do poema CREME, e na íntegra estarão as xerox de outros 3 importantes poemas dessa 3ª parte: O MURO, PÊSSEGO e MAÇÃ.
CREME – Manoel relata o ataque que presenciou de uma Sucuri a um Bezerro. A princípio não deixa claro o que acontecia enquanto a Sucuri dava um abraço no corpo do Bezerro, mas por fim revela que o ovino virou creme, e que a Sucuri o engoliu.